domingo, 3 de fevereiro de 2013

O que está por trás da heroína de Andrágona?


Parece incrível, mas no século XXI quase  não temos heroínas em nossas estórias. Mesmo com a História repleta de mulheres que fizeram e fazem coisas grandiosas, são os elementos masculinos que dominam a literatura infanto-juvenil. No máximo, há personagens femininos secundários ou sem relevância.
Na literatura adulta que faz sucesso na atualidade e na mídia é ainda pior. As mulheres não passam de sedutoras, atreladas a um homem de sucesso e se submetendo aos seus caprichos, ou exibindo seus corpos em propagandas de cerveja.
Então, seremos ainda somente isto? Fêmeas reprodutoras que podem ser subjugadas pelo sexo oposto? É mesmo esta imagem que queremos que nossas filhas, sobrinhas ou amigas tenham de si mesmas? Espero e acredito que não.
A Marca Escarlate traz uma heroína que poderia ser qualquer adolescente de quinze anos, com suas dúvidas e inseguranças. Se a heroína Anáira atravessa portais para um mundo paralelo para tornar-se uma grande guerreira, é uma forma de identificação para cada uma de nossas jovens, que podem vencer seus medos, barreiras e inimigos obscuros, apenas acreditando em si mesmas e vencendo estereótipos.
Há também jovens heróis que se tornam mais importantes com o decorrer da estória, idosos e idosas heróis, seres dos mais diversos aspectos que se tornam heróis, animais fiéis que são heróis naturalmente. O mundo fictício de Andrágona é um paralelo com nossa própria realidade e que mescla elementos os mais variados, mostrando que é possível a diversidade de aparência, de gênero e de cultura conviver pacificamente e lutar pelo bem comum, como heróis reais do dia a dia.
É ficção e aventura, mas que busca fortalecer a ideia de o que respeito ao próximo e a luta pelo bem comum podem estar em qualquer indivíduo, seja ele quem e como for. E, principalmente, busca fortalecer a imagem feminina, na forma da jovem heroína, para que ela reflita as possibilidades para nossas adolescentes crescerem sabendo que são muito mais que um rosto bonito ou um corpo a ser exibido. Sabendo que têm tudo para serem heroínas possíveis e não as imaginárias como mulher-gato ou maravilha.
Sem pregar feminismos ou levantar bandeiras, a proposta é de, como são as mulheres que geram e em geral educam todos ou outros homens e mulheres, termos todos a consciência de que a imagem feminina fortalecida e ciente de sua importância no contexto da sociedade, trará somente benefícios para a humanidade, colaborando para que a virtude vença na eterna luta do "Bem contra o Mal".


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